domingo, 6 de fevereiro de 2011

AMIZADES

Não deveríamos deixar perder as amizades, cair no esquecimento confianças conquistadas,sentimentos alimentados com pureza que só os amigos reconhecem.

Não deveríamos esquecer aqueles momentos eternizados que o tempo e a distância nos pregam peças e transformam em meras lembranças, em “me lembros de longe”, em fotos amareladas, rasgadas, perdidas.

Amizades que valem ouro e, no entanto, são tratadas como algo que um dia tivemos, que gostaríamos de ter mantido, mas que deixamos o vento levar, o tempo apagar, segurando, apenas, umas poucas daqueles tempos, que insistem em ficar...ainda bem !.

Tempos que não voltam mais a não ser nas lembranças, nas viagens da mente, nos sonhos, nos devaneios da imaginação, no horizonte de um dia de chuva.

Algumas verdadeiras amizades, embora não regadas como flores nobres de um jardim, que tanta atenção deveriam receber, deixadas de lado, mesmo assim, como que perdoando essa pequena grande falta, como que entendendo que esses amigos só têm andado muito ocupados, muito atarefados, ficam só adormecidas, prontas para serem novamente colhidas, nutridas, queridas.

Felizes daqueles que percebem o jardim que têm a seu alcance, a um só lance, a um só chamado, a um toque de telefone de distância, às vezes do outro lado do mundo, às vezes só do outro lado da rua, ou logo ali na porta vizinha, muitas vezes até bem pertinho, sentado naquele cantinho que só os amigos sabem achar.

Mas por que, então, sou tão relapso? Por que não avanço um passo, atravesso a rua, pego o carro, o ônibus, o avião ou pelo menos o telefone ou o computador com seus e-mails à jato e atravesso esse espaço que me isola do tesouro que um dia descobrimos, que um dia construímos, conquistamos, que um dia vivemos ...?!