quarta-feira, 8 de janeiro de 2020

UM PRATO DE BOTEQUIM NUMA NOITE FRESCA DE VERÃO

Cheguei em casa , cansado e suado do trabalho. Tinha sido uma tarde de consultoria financeira bem movimentada, muitas coisas a serem acertadas naquele cliente. Mas enfim, missão cumprida.

No caminho para casa ainda tive fôlego para fazer compras num supermercado. Hoje estava com maior pique que nesses últimos dias. Foram quase 2 horas zanzando pelos corredores , para comprar o que eu achava que estava faltando em casa. È claro que sem uma lista previamente planejada , coisas iriam faltar, mas assim foram essas 2 horas. Acho que o básico que faltava , essencial , me lembrei de ( quase ) tudo.

Dia quente, noite fresca de verão, embora quente dentro de casa. Tinha chovido forte à tarde, o que refrescou um pouco, mas mesmo assim cheguei suado em casa. Roupas pra lá, após descarregar o carro – uma das partes chatas de se fazer grandes compras – um short , sem camisa. Estava com fome, pois havia apenas beliscado, ao sair do cliente, um “churrasquinho de gato” de uma boa alcatra, com um suco enlatado . Não costumo beber esses sucos, mas era o que tínhamos ali no momento, pois não queria beber uma cerveja, antes de chegar em casa, embora fosse esta a minha vontade. Assim que pude, pus uma gelada no freezer , junto com o meu copo de cerveja e, para a minha surpresa, minha mulher havia cozinhado um belo de um feijão que estava ainda morno na panela. Ela já havia apagado, estava dormindo, pois já era um pouco tarde.

Um feijão maravilhoso com alguns pedaços de carne dentro. Era tudo que havia pronto. Inventei o meu acompanhamento de comida de boteco – fiz uma farofa com ovo e banana, bem consistente e misturei com o feijão. Uns pedaços de tomates, umas folhas de alface, umas pitadas de azeite de oliva extra-virgem e pronto estava feito o meu PF de botequim pro jantar.

A noite quente dentro de casa deixava a sala abafada, assim, de short e sem camisa, sentei-me na nossa varanda, com vista para o mato e para a Lagoa da Conceição , sob um céu magnificamente estrelado, um silêncio maravilhoso quebrado levemente pelo canto de cigarras e outros bichinhos de verão, comuns por aqui. Uma leve brisa refrescava o meu corpo. A cerveja , agora no ponto, depois de alguns minutos no freezer, devidamente servida no meu copo também bem gelado , harmonizava o meu prato de boteco.

Apreciando a natureza esplendorosa que desfilava ao meu redor, curtindo uma bela refeição, não pude deixar de agradecer aos Céus, ao Senhor, tamanho privilégio. Uma simples refeição, no aconchego do lar, com uma paisagem divina ao meu redor, foi tudo de bom.

Foram 2 pratos – pequenos, tá?- e 1 latinha de cerveja. Fome e sede saciadas. Cabeça feita, estômago mais do que satisfeito.

Um fim de dia, uma noite fresca de verão devidamente aproveitada. Agora, era só cair nos braços de Hipnos e Morfeu ( deuses, na mitologia grega, do sono e dos sonhos) e curtir o descanso merecido, numa bela noite de sono e sonhos.