quinta-feira, 21 de abril de 2011

ESCRITOS NOS GUARDANAPOS DA CONFEITARIA COLOMBO ( RIO DE JANEIRO- CENTRO

Pois é, pra poder aqui escrever, nesses guardanapos, degustando um expresso, paguei, acho, um dos mais caros cafezinhos do país – R$ 3,60 ! E olha que o primeiro servido veio aguado, apesar de eu ter pedido bem forte e que, claro, logo devolvi. Um segundo, bem forte, logo apareceu ao meu pedido e, contente, com uma tartelette de nozes, a R$ 7,00, curti meu fim de tarde na Colombo.
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Ainda nos papéis da Confeitaria Colombo.

...no Largo da Carioca estava, observando o movimento, admirando a igrejinha lá de trás, num alto de uma elevação – me fugiu o nome da Igreja, tststs. Encostado numa banca de jornais, pensava até em fazer umas fotos, mas receoso estava, de tanto cuidado que me recomendaram ter, se, por ventura, ali passasse!
Assim, cheio de dedos e com muitos “pés atrás”, ali estava a contemplar o belo e o tranqüilo do passado sobre o tumulto das pessoas que no Largo, fervilhavam! Quando... quando um rapaz, que estava por ali parado, com as mãos dentro do bolso de um casaco, com uma cara de – Deus me perdoe , se fiz pré-julgamento- marginal, sei lá, bem ameaçadora, me pede “-Como todo o respeito, tem uma moedas aí?” Tremo por dentro. Fito seus olhos, firmes, de dar medo, talvez sem querer, talvez só clamando por ajuda, mas que muito me assustava.
Saco algumas moedas da carteirinha que levava com algum (pouco) dinheiro e alguns documentos. Aparentando tranquilidade– e só aparentando mesmo, pois morria de medo, por dentro- lhe passo, não sei quantas moedas, que me pareceram poucas, e a ele também, pois logo acrescentou “- Tem mais cincoenta centavos, cara?” , tendo visto, talvez(?), algumas notas de R$ 5 que estavam juntas com as moedas.
Me senti- Deus, de novo, me perdoe, se continuo meu pré-julgamento - , sendo assaltado, em plena luz do dia, às cinco da tarde, no Largo da Carioca. Mas seria um assalto uma exigência de mais R$ 0,50 ? Mas era o que sentia, na hora!Bem que me avisaram! Me sentia assaltado, por um olhar firme, por 2 mãos escondidas nos bolsos de um casaco, por uma expressão forte de um rosto sob um boné! Sendo obrigado a dar mais cincoenta centavos- que tão pouco, não podia ser assalto, pensava a toda hora !- pra poder sair dali, passos rápidos, quase correndo!
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Pois bem, esta também, não tem nada a ver com Confeitaria Colombo, mas era o papel que tinha às mãos!

No Largo de São Francisco – era a minha tarde de passeios pelos Largos do centro do Rio de Janeiro -, maravilhado com a beleza da arquitetura ,mais do que secular, fotografava, perto de um carro da polícia, seguro, pensava estar.
Perguntei aos policiais, depois de clicar a Igreja, o prédio da Faculdade (de Direito, não é ? ou seria de Medicina ? ), se era seguro sair pela Praça, fotografando, numa boa! Ao que, o policial ,ao lado do seu colega, prontamente me respondeu “- Tem risco né? Tem risco! Olha a gente aqui de colete e tudo! Se não tivesse, a gente tava de uniforme normal...”!
Guardei apressadamente meu equipamento e, bem atento, precavido, continuei pela Praça a andar, a Faculdade de Letras da UFRJ admirar (ah, era a de Letras, agora me lembrava!) e em frente à Igreja , orar!

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Tomando um banho de lua!

Chegando cansado do trabalho ou de uma caminhada, experimente,se estiver uma noite quente, tomar uma ducha fria, de preferência ao ar livre, nu, ao anoitecer, céu limpo, lua crescente ou quase cheia. Se não tiver a oportunidade de ter em casa ou achar uma ducha ao ar livre, onde se possa tomar um banho dessa forma, experimente pelo menos o banho ao ar livre, de sunga ou biquini mesmo, mas ainda anoitecendo, céu limpo, lua crescente ou quase cheia. Se ainda assim, não conseguir uma ducha ao ar livre, tome no chuveiro de casa mesmo,sem problemas, mas ainda ao anoitecer, céu limpo lá fora, lua crescente ou quase cheia. Se não puder ser com uma lua crescente ou quase cheia, que seja ao anoitecer, pelo menos, e a ducha bem fria. Se ainda assim, ficar difícil fazer essa atividade ao anoitecer, faça a qualquer hora, mas que seja com uma bela ducha fria. Bem, se ainda assim não conseguir fazer nada disso, sabe de uma coisa ?
Vá tomar banho, vai!!

Extravasandodeumaformadiferente!

Euqueriaexperimentarescreversemintervalospraveroquesai.Éatédifícildigitarpoisestouacosutmadoadarespaçosentreaspalavraseacabobatendonautomaticamentenaatecladeespaçoeàsvezeseucabodandoespaçocomovocêsmesmopodemnotarjustamente agora.Ufa!

domingo, 3 de abril de 2011

Enquanto Meu Vôo Não Sai...

Hoje resolvi, ao sair de casa, como mesmo recomendam alguns tradicionais livros de auto-ajuda, sorrir para todos, cumprimentar mesmos os desconhecidos, dar um bom-dia, boa-tarde, olá, enfim, observar e perceber as pessoas e não simplesmente passar por elas como se fossem meros objetos, estáticos ( embora se movimentando ...!), que sempre estão por ali e por isso nem as notamos.

Bem, a primeira pessoa que observei e lancei meu simpático sorriso(!?), sequer me notou, pois estava de óculos escuros, provavelmente bem distraído, protegendo-se do sol – embora o dia estivesse nublado – e dos olhares dos passantes também. Não tive nenhum feed-back! A segunda, um garotão, bailando no seu bermudão, sem óculos escuros e boné – incrível isso- estava por demais conectado aos seus earphones, com um ipod em algum lugar da sua roupa, pois só dava pra ver os fios entrando nos seus ouvidos. Mais uma tentativa frustrada em estabelecer alguma conexão despretensiosa, só de cumprimentos.

A terceira que despontou na minha mira, vinha caminhando célere, bem concentrada na sua caminhada, e só nela, e também com um aparelho pendurado no pescoço e mais earphones engatados nos ouvidos. Esta, tinha o tal aparelhinho, imaginem, enrolado e pendurado no seu pescoço e foi mais uma tentativa em vão !

Por coincidência, ou não, todas as 3 próximas pessoas, potenciais contatos de terceiro grau - ( sim,terceiro grau, pois, distraídos ou por demais concentrados em si mesmos, eu só conseguiria algum tipo de contato com estas pessoas, a partir de várias tentativas, bem explícitas e assim mesmo, talvez, só me comportando como um alienígena, o que quer que seja isso, pois não tenho visto muitos por aí e não faço a menor idéia de como um desses extra-terrestres , se é que existem mesmo, se comportariam por aqui ) -, estavam também penduradas aos seus ipod´s, celulares, earphones engatados ! Fico me perguntando se eram as pessoas que estavam saindo com seus aparelhinhos, ou se não seriam os tais aparelhinhos que resolveram todos sair, levando seus “donos“ pendurados prum passeio, tal como parece que os cachorrinhos fazem com seus donos.

Bem, continuava eu a escrever sobre esse assunto, refletindo sobre como muitas vezes não nos damos conta do que acontece em volta da gente, de como ficamos fechados nos nossos mundinhos, só nós... e os nossos aparelhinhos, quando mais uma vez, me dei conta, que ali, andando pelo saguão do aeroporto e depois, sentado, escrevendo –também eu ali plugado, mas observando e escrevendo sobre as pessoas- de como as pessoas, em geral , estão dependentes das suas conexões, sempre fazendo alguma ligação, alguma tarefa nos seus aparelhinhos. Cheguei a contar, embora sem rigor científico, que a cada 10 pessoas que observava, cerca de 7 estavam, ou falando ao celular ou teclando em notebook´s, iphones, smartphones, etc. . Observei outros grupos e contabilizei – ainda sem nenhum rigor científico – uns tantos, lendo jornais, revistas; em bem menor número, uns tantinhos lendo algum livro, e alguns outros, batendo um papo despretensioso, ainda bem , graças a Deus, uma interação ao vivo sem interferência digital, bem, pelo menos até a próxima chamada de celular, que, certamente alguém do grupo faria ou receberia !

Mas o que me impressionava mesmo, completando minhas reflexões sobre quão difícil era obter um simples sorriso de volta a um cumprimento jogado ao leo, era quão dependentes estão as pessoas às suas conexões, aos seus aparelhos, sempre fazendo alguma ligação nos celualares, twitando, mandando um torpedo , ou trabalhando nos seus notebooks, sem se darem conta do que acontece, ou não acontece, à sua volta.

É, sem dúvida, uma “ligação” total, ainda mais, se repararmos no tempo que as pessoas levam nas tais redes sociais, fazendo , muitas vezes, coisas boas, ajudando outras, mas, na maioria das vezes, na minha visão, apenas falando “besteirinhas”. Não que isso não seja bom, que não tenha seu lado saudável, a parte da interação entre pessoas - criticava eu, antes, justamente essa falta de interação entre as pessoas! Mas que faz falta uma troca de cumprimentos ao vivo, uma troca de sorrisos despretensiosos, um simples “bom dia”, “boa tarde”, “oi”, um bate-papo sem interferência de celulares, faz! Bem, pelo menos pra mim, faz! Mas cadê tempo pra isso, se as pessoas, parecem, hoje em dia, só saberem se comunicar “digitalmente”! Será que isso, agora, é o normal e sou eu quem está fora da casinha, o “anormal” , reparando nessas coisas, me espantando e até achando que isso dá tema pra uma crônica ?

Bem, o painel do aeroporto anuncia que meu vôo está próximo de começar o embarque e, tststs, minha bateria, i.e., do meu laptop, começa a dar sinais que vai acabar - me propus a escrever somente até o momento que a bateria agüentasse. E, sem muitos avisos, ou tendo dado os sinais que não reparei, a tela começa a se despedir de mim. Torço para que, pelo menos desta vez, o Windows não me deixe na mão e o sistema de salvamento automático funcione e grave até onde escrevi . Ah, essa era digital ...!