Vida !

Pode ser uma loucura,
Uma travessura, um pulo no escuro
Um ato sem mesura

E daí, quem poderia me dizer o que faria
Onde acabaria e por que faria ?
....e se experimentaria ?

Só os loucos enxergam coisas invisíveis
Coisas etéreas, imagináveis...inimagináveis!
Coisas boas, pulos de cercas, tropeços, gargalhadas incríveis.

Vida...!

Ah, essa vontade de escrever...!

" às vezes dava muita vontade de escrever
não sabia bem o quê, não sabia bem para quem
a lua cheia, lá fora, se escondia na névoa da madrugada
as luzes , ao fundo, na estrada à beira do mar, como um colar dourado
a noite enfeitava...
na varanda, ele espreguiça....o céu contempla, procura as estrelas escondidas
bate a tal vontade de escrever, pensa nos amores vividos, nos amores escondidos,
nos amores perdidos.
sentimental...nostálgico...mistura de emoções na calada da noite, respira o ar puro da mata que o esconde,
em que ele se esconde
e começa a escrever, talvez pra ela,..quem sabe ...talvez , egoísta, só pra si mesmo, mas, admitia ....
pensando nela.

deu vontade de lá estar , ao lado dela, acordando-a , com um beijo carinhoso, com gosto de queijo ...

( ... será que ela gostaria ?!!)
... do café da manhã não tomado, só pensado , na beira da estrada.

deu vontade de escrever, de escrever pra ela, naquele momento descobria pra quem,
expressão livre do seu pensar, a caminhar pelas teclas do seu laptop, nada top, até muito lento...!

deu vontade de escrever, e , sem medo, deixou vir as palavras, os sentimentos , os momentos
cada coisa no seu tempo,
com um certo alento
às vezes , com muita rima, demais, sei lá , não importava se era esse seu intento .

experimentou...ousou...esse seu livre pensar
que talvez, pudesse acordá-la- com a ajuda da tecnologia- , na sua viagem, na madrugada de uma poltrona de ônibus...onde estaria ?
um bom dia brindar
sem muita pretensão de poeta estar...

experimentou, ousou e enviou essas somente algumas palavras, para , de modo diferente, mostrar seu encantar...!"

"NÃO HÁ NADA PIOR QUE ..."

... uma tesoura que não corte,
um rádio que não toque,
um amante que não ame,
uma bola que não role,
um carro que não ande,
um governo que não governe,

....um lápis sem ponta,
uma caneta sem tinta,
uma faca sem lâmina,
um apontador que não aponte,
um avião que não voe,
um grito sem ser ouvido,
um choro sem lamento,

...um sorriso não correspondido,
uma palavra engolida, não dita,
um livro não lido,
sequer escrito,
uma obra sem fim,
uma poesia não criticada,
( a ser continuado pelos leitores,
a partir , desse ponto, contribuições com ajuda dos leitores!)
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... uma distância não vencida
uma saudade não matada
uma loucura não vivida
um rosto não beijado
um corpo não acariciado
um lugar não visitado
uma noite não dormida, não curtida

... uma boca não explorada
um cheiro não notado
um espumante não brindado
um cigarro, depois, sem alguém ao lado

...um toque não sentido
um vinho não apreciado
uma cerveja quente
umas frutas não saboreadas
um quarto de hotel, vazio de amantes
uma música especial não percebida...

"Nite Stop..."

São três e meia da madruga e ele se dá conta que está pensando nela !
Chegando de uma viagem, bateu o sono e ele parou num posto de gasolina, onde tinha uma lanchonete. Dormiu o sono gostoso dos anjos, relaxou !
Tinha muita estrada ainda pela frente. Continuar com sono, nem pensar .

Começou a acordar depois que tomou um bom café forte, um expresso dos bons ! “Que bom que tinha uma lanchonete aberta àquela hora “, pensou !
.
Um grupo tocava violão, ele volta a pensar nela , sentindo uma vontade que ela ali estivesse para dançar com ela.
O que era isso ? O que estava acontecendo ? Sentia coisas que o arrebatava da sua costumeira quietude, da sua solidão, no meio de uma noite fria de inverno...!
Um café expresso com uma espuminha de leite, um “machiatto”,diriam os especialistas em café.
Acordou de vez, saboreando cada gole do café... Enrolou um cigarrinho - não era de fumar muito, só de vez em quando, de curtição, curtia um “handrolling tobacco”, um fumo de enrolar holandês, que vez ou outra trazia consigo, puro tabaco, sem nicotina, sem química, que se enrola numa seda, tipo os antigos faziam com seus fumos de corda- , e do lado de fora da lanchonete, curtiu umas boas tragadas, o sabor achocolatado da fumaça!

De repente começou a refletir sobre o que pode tê-lo feito parar ali, naquele lugar e deixar que seus pensamentos voassem até ela .
Mistura de sentimentos, nostalgia, saudades de um tempo não vivido, de coisas esquecidas, de instantes recentes lembrados, de oportunidades perdidas ... !
Tava sendo muito gostoso só pensar na possibilidade de reencontrá-la. Não tinha a menor idéia onde tudo aquilo iria dar...se é que era para dar em alguma coisa !
Tava sendo gostoso pensar nela, curti-la, talvez a distância ajudando, o mistério do desconhecido, a curiosidade, o sabor, talvez, de uma paixão não vivida !

Bancava o poeta, o escritor da madrugada, o tipo “ébrio” dos bares que, após uns tragos, escreve um bilhete pra pessoa amada!
Devaneios, simples palavras, jogo de rimas, ao som de fim de baladas...!

Deu vontade de escrever para ela, pensou até em ligar, acordá-la, pra algo declarar...mas o que diria ? Que estava com saudades? Que queria lá estar, ao seu lado ?
Quem sabe, um dia desses...?
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Apagou o cigarro e , num movimento brusco, como que acordando de um sonho, entrou no carro e retomou seu caminho!