segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Um Canto de Liberdade...!

Acordei, como sempre, com os primeiros raios de sol
Que passavam pelas frestas da minha casa
Tomei meu banho, numa pequena, mas gostosa banheira
A comida estava ali,como sempre, à minha espera
Cheguei a espreguiçar e ensaiei meu canto, como sempre faço

Pareço ter tudo que preciso, não me falta nada
Comida, conforto e até carinho
Mas me falta algo precioso, que sempre soube existir
Mas que, por algum motivo, não sei bem por que, não me deixam ter...!

Liberdade ...!
Pra ir e vir, voar
Voar, pro ar, pois asas tenho
Mas, numa gaiola, me colocaram
Por prazer de me ter, pros outros mostrar
Pra alguns cantar

Canta Curió...!
Encanta meus amigos, Sabiá...!
Silva seus agudos, Canário belga...!

E, pra felicidade dos meus donos, fico ali
Até esqueci como é sair daqui
Tornei-me um pássaro de cativeiro,
Dizem que morreria, se solto fôsse
E assim, contra minha vontade, aqui fico
Até que um dia morra e substituído serei
Por outro pássaro de gaiola...

Queria por instantes, que esse que me prende
Egoísta que está, experimentasse como seria,
Ser capaz de tudo, de sair voando pelos ares
E, no entanto, ter que atrás de grades ficar
Só para outros agradar ...!

sábado, 8 de outubro de 2011

Uma coleção de chaveiros (antigos) ...

Acabo de achar , mais uma vez, tantas são as vezes que perco a mesma coisa, minha pequena coleção de chaveiros, que colecionava, quando mais ( bem mais ) novo.
Remetem-me às memórias da minha terra natal, Campos dos Goytacazes,RJ, onde vivi até os 16 anos, à cidade do Rio, onde morei dos 16 aos 23 anos e aos meus primeiros anos aqui em Floripa, a partir de 1977.
Revejo nomes e homenagens de coisas, de empresas,algumas que ainda resistem ao tempo - Pirelli, Lions Club, Ultragaz, GE, Petrobrás -, e de outras que, apesar de ainda existirem, estão caidaças ou , praticamente, em fase terminal - Americano Futebol Clube ( meu clube de coração,de Campos), Jockey Club de Campos, palco de belas tardes de domingo, de corridas de cavalos, que nosso pai costumava nos levar ( que, até onde sei, foi vendido, e toda aquela magnífica área, onde , provavelmente, irão fazer algum empreendimento imobiliário de gosto duvidoso - vide o Shopping (?), que fizeram onde , outrora, foi o clube Saldanha da Gama- sumirá do mapa, se não fizermos nada! ( minha velha culpa, por não ter conseguido impedir a destruição do teatro Trianon e do prédio do clube Saldanha da Gama, aflora...!).

E também tem as lembranças das coisas e empresas que já não existem mais - o próprio teatro Trianon, cujo chaveiro , "celebra" a Noite do Adeus, a Última Sessão de Cinema , no dia 8/06/1975 - onde estava você, Beto ? Que não estava lá, com seus "partisans" para protestar e impedir fazer o que ( o Bradesco fêz, que comprou o prédio e , ao invés de transformá-lo num Centro Cultural, construiu, mais uma moderna(?) agência, que poderia, com o dinheiro que o grupo tem,ter construído em qualquer outro lugar...! ) fizeram ?! Onde estava você?

Outros lembram a empresa de artigos esportivos Guardiã, do Rio Grande do Sul,- seu Milton, pai do grande amigo de adolescência Albano, com cuja família morei , durante meus primeiros anos no Rio, era representante comercial dessa empresa,(não existe mais, acho)- , o restaurante Mariscão, aqui da Lagoa da Conceição, Floripa, e alguns chaveiros , muito especiais, da nossa Casa Eletra Ltda., casa de comércio de material elétrico, que nosso avô fundou e que meu pai foi dono e de onde saiu todo o nosso sustento até nossa maioridade. Um dos chaveiros, celebra os 45 anos de existência da loja, isso lá pelos idos anos 60 ( depois verei , exatamente o ano de fundação da loja do pai e , prometo atualizar esta crônica).

Quem disse que não se pode viajar no tempo ? Acabo de fazê-lo ! Em segundos, fui até o período dos meus 10-16 anos,em Campos, passando um pouco pelo Rio, nos anos 70 e depois até um período dos meus 23-26 anos, anos iniciais de vida aqui em Floripa, onde o Mariscão, do Edson Andrino (vizinho nosso, na Afonso Delambert, Lagoa da Conceição ), era um dos palcos preferidos da nossa turma. Viagem mental, com direito a sensações, sentimentos, visões e muitas recordações.

O que uma antiga coleção de chaveiros consegue fazer, não é fantástico ?

Pra Bambu, Amita e Kimba...

Cachorros, orros
Olhos abertos
Caudas balançando
Orelhas empinadas

Cães de guarda
Cachorros de mato

Avoados, estabanados
Ágeis, carinhosos

Nossos cães de estimação
Alegria na casa,
Felicidade no meu coração!

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

QUANDO PARO, ESCREVO...

QUANDO PARO, PENSO , ESCREVO
PASSADAS, CAMINHADAS, TRAVADAS, PALAVRAS ATIRADAS
AO SOM DE MÚSICAS OUVIDAS, SENTIDAS, SOLTO O IMAGINÁRIO
VINHA ANDANDO PELA RUA, QUANDO O SOM , SÃO, SEM PRETENSÃO DO
NADA ME ACORDOU
PRECISO SER COERENTE ? PRA QUÊ, PRA QUEM ?
MÉTRICAS DERRUBADAS, CONCEITOS DEIXADOS DE LADO
ERAM JÁ 4 DA MADRUGA E EU PRECISAVA IR PRA CASA

O SOM DAS CAIXAS, AMPLIFICADAS ME MANTINHAM ACORDADO
NA REALIDADE , EMBRIAGADO, TAMANHO O SONO
VIAJAVA NO TEMPO, AGORA COM TEMPO

PASSAVAM OS ACORDES PELA MENTE
SE DORMIA , ATÉ RANGIA OS DENTES
PROCURAVA NÃO PARECER DEMENTE
E, COM FOME, COZINHAVA UMA MASSA “AL DENTE”

O SONO FINALMENTE CHEGOU
ME DERRUBOU , QUASE LITERALMENTE
DORMINDO DE OLHOS ABERTOS , SONHAVA ACORDADO-PENSAVA

MAIS UM DIA , MAIS UMA PÁGINA, MAIS UM DIA SEM O FECHAMENTO
DO SOM, SEM A GRAND –FINALE
PALAVRAS SOLTAS, FRASES SEM NEXO
O SHOW COMEÇA A TERMINAR
DEPOIS DE TERMINAR DE COMEÇAR

JOGO COM AS PALAVRAS QUE ACABAM ME DERRUBANDO,
PRA CAMA LEVAR, RELAXAR, ENFIM, O SONO DOS JUSTOS
ENCONTRAR!